quarta-feira, 29 de julho de 2009

"Tô contigo"... R$ 352.693.696,58

Nove anos depois, finalmente a verdade aparece, de forma clara e definitiva: a Ambev foi multada em R$ 352.693.696,58 pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), do Ministério da Justiça, por causa de um programa de fidelização de pontos de venda no varejo (leia-se bloquear a presença de qualquer concorrente...).

Nove anos atrás, eu, como Presidente das Cervejarias Kaiser, empreendi uma interessante discussão sobre a pretensão (ainda como proposta) da fusão entre a Antártica e a Brahma, sob o apelido de Ambev.

Nove anos atrás, a Ambev foi "lançada" com pompa e gala, na sala do então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, anunciando ao mundo a formação de uma nova e poderosa empresa brasileira de bebidas... Vendeu-se a idéia de que o Guaraná Antártica invadiria o mundo... "Que orgulho..."

Nove anos atrás, mostrávamos aos jornalistas, aos técnicos do governo e ao público em geral, que essa fusão era um absurdo sob o ponto de vista de que se formava um pré-monopólio no segmento de cervejas.

Nove anos atrás, os órgãos SAE (Secretaria de Acompanhamento Econômico) e SDE (Secretaria de Desenvolvimento Econômico), de forma intensa e técnica, disseram não recomendar a fusão das duas empresas, por que o risco da ocorrência de práticas anticoncorrenciais era altíssimo. Era evidente para qualquer pessoa de bom-senso que o Brasil passaria a ter dois mercados no segmento de cervejas: um da Ambev, com cerca de 70% do mercado, e outro, de 30%, com mais de dez diferentes empresas.

Nove anos atrás, o então Presidente do CADE, Sr. Gésner de Oliveira (hoje presidente da Sabesp, companhia de saneamento e águas da cidade de São Paulo), apesar de alertado sobre todos os problemas da fusão (com a ocorrência, inclusive, de conduta dúbia por parte da relatora do processo Hebe Romano), ignorou tudo e referendou a aprovação da Ambev.

Nove anos atrás, qualquer advogado, mesmo não sendo especialista na área, classificaria o ato de aprovação como mais uma "vergonha" da burocracia instalada.

Nove anos depois, o jornal Valor Econômico do dia 23/07/09 noticia em sua página B4: "Outro fato que pesou contra a empresa, foi que o CADE verificou que funcionários da Ambev, responsáveis pelo programa não apenas tinham consciência de que estavam cometendo ilícito antitruste, como procuravam escondê-lo do CADE".

Nove anos depois, o jornal Folha de São Paulo do dia 23/07/09 tem a seguinte manchete na capa: "Ambev leva multa recorde por concorrência desleal".

Nove anos depois, posso escrever essas linhas com 100% de certeza de que o CADE errou.
Nove anos depois, vejo os atuais membros (Conselheiros) do CADE se negarem a comentar a aprovação de março de 2000.

Nove anos depois, reafirmo que nada tenho contra os dirigentes, investidores e/ou funcionários da Ambev. Tenho sim a consciência de que o meu papel como Presidente da Kaiser, um "player" importante do mercado cervejeiro, foi exatamente aquele que se espera de um profissional... Defender sua empresa, sua marca. Nesse caso, posso dizer que a qualificação técnica e o bom-senso nortearam nossa conduta.

Nove anos depois, reafirmo, a AMBEV era e é um bom negócio para seus investidores, mas não é bom para a concorrência e para os consumidores do Brasil.

Nove anos depois, ainda não sabemos quantos dólares o Brasil ganhou exportando guaraná (vocês conhecem alguns caso de sucesso do Guaraná Antarctica fora do Brasil?... Não vale dizer sobre os brasileiros que moram no Japão!).

Nove anos depois recebo uma ligação do meu amigo Tatá (Octacílio) para dizer que eu estava certo na minha argumentação junto ao CADE. Obrigado Tatá pelo reconhecimento. Tô contigo!!

Fonte: brasilprofissoes.com.br/coluna Pandolpho
FRASES

"Todas as lindas flores e os suculentos frutos do futuro dependem das sementes plantadas hoje." Provérbio Chinês


“As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas. E assim nem encontram o amor e nem resolvem seus problemas. Na realidade, o amor vem como um prêmio por você ter resolvido os seus problemas”. (Norman Mailer escritor americano)


"Sobre a lagoa do vizinho também voam pássaros." William Shakespeare


"Fiz de mim tudo quanto me foi possível, a ponto de ninguém poder exigir mais da minha pessoa." Jean Paul Richter

"Jamais mude o seu jeito de ser para satisfazer as pessoas que você gosta, pois quem gosta de você, não te muda apenas te completa." Desconhecido


"Quem conhece os outros é um sábio. Quem conhece a si mesmo é um iluminado." Lao-Tzu


"Não preciso de provas quando a verdade vem de Deus."


"Embora a inveja seja pecado, não tema invejar alguém que está amando. Ame também e deixe que os outros o invejem. Assim faremos uma corrente benigna e quem sabe, um dia, todos nós sejamos acometidos por esse pecado e, juntos, rogaremos a Deus um perdão universal!" (Inácio Dantas escritor e poeta baiano)


"Sempre dói mais ter algo e perdê-lo do que não ter aquilo desde o começo." O Caçador de Pipas


"Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso de uma mulher para se formar um lar." Provérbio Chinês
Uma amiga me enviou um email com esse Texto de Nelson Mota e resolvi postar por considerar que é a expressão do sentimento de todo brasileiro que ainda tem vergonha na cara e se invergonham dos nossos parlamentares.
E eu pergunto: será que essas esposas e amantes se envergonham ou se orgulham deles? Fúteis como são , na sua maioria, com certeza se orgulham.

Texto de Nelson Mota


"Não tenho mais nenhuma ilusão de um dia ver algum desses criminosos travestidos de parlamentares atrás das grades e devolvendo o que nos roubou. Eles são muitos, e invenciveis. Sob fogo cruzado de denúncias , juntam-se para se defender, como fizeram PT e PMDB no Senado, embora digam sempre que é pela instituição, a mesma que eles aviltam e apequenam com seus atos.O dinheiro roubado de nossos impostos, teoricamente, pode até ser recuperado, mas o crime de desmoralizar uma instituição não tem preço. O que nos resta? Confiar na Justiça? Na Policia? No ladrão ?
Com Sarney e Renam comandando o Senado e espantados com a descoberta das 181 diretorias? A maior parte foi criada pelos dois. O resto, por Jader Barbalho, ACM e Lobão. E pior. Foram criadas por resoluções da Mesa e ninguém reclamou. E mesmo se reclamasse não adiantaria nada. Tudo dentro da Lei, na liturgia do cargo. Seria um exagero comparar as disputas pelo poder no Congresso com as guerras de quadrilhas pelos pontos de venda de drogas nas favelas cariocas? Só porque uns vendem crack e cocaína e outros, privilégios e ilegalidades? Guerra é guerra, vale tudo na disputa pelos pontos de poder. Se um tiroteio é de balas, o outro é de números e nomes; mas sempre sobram balas perdidas.
Mas, quando o cerco aperta, os dois bandos acertam um armistício: o verdadeiro inimigo é a Policia. Ou, no caso do Senado, a opinião pública. Porque eles não temem a policia. Nem à justiça. Eles só tem medo de perder eleição. Diante do pacto de não agressão entre os dois bandos, resta-nos confiar nos ódios, nas invejas e nos ressentimentos das legiões de apadrinhados que estão perdendo a boca e se vingando de seus traidores. Que muitas falas perdidas encontrem seus alvos. Diante da certeza de que eles vencerão, que jamais pagarão por seus crimes, que continuarão ricos e corruptos, e até mesmo respeitáveis, resta-nos ridicularizar suas figuras toscas, seus figurinos grotescos, seus cabelos tingidos, suas caras botocadas.
Para que suas esposas e amantes leiam, e seus filhos se envergonhem deles no colégio. Como nós nos envergonhamos todo dia".

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Estas seis cousas aborrecem o Senhor, e a sétima a sua alma abomina:
Olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente;
Coração que maquina pensamentos viciosos: pés que se apressam a correr para o mal;
Testemunha falsa que profere mentiras: e o que semeia contendas entre irmãos.
(Provérbios 6:16 a 19)

sábado, 25 de julho de 2009

Recebi hoje esse Texto da minha amiga virtual Letícia Thompson, por quem tenho muita admiração, como sempre EXCELENTE!!!



O livro da sua vida
© Letícia Thompson

Podemos esconder durante muito tempo os sentimentos ou emoções que nos corroem. Podemos fazer de conta que não existem, ou que não têm importância, que não nos corroem e não nos destroem... mas não podemos nos esconder de nós mesmos a vida inteira.

Não podemos carregar uma máscara o tempo todo sem que um dia a mesma não caia, que não tenhamos que enfrentar a realidade do que somos, do que vivenciamos, do mal que nos fizeram ou que nos fizemos, dos erros que cometemos e das conseqüências dos mesmos.

Todas as emoções que nossa alma ingere devem ser digeridas, vividas na sua totalidade, senão nos tornaremos escravos delas.

Aceitar quem somos, que vivemos o que vivemos, que passamos pelas situações que passamos e que sobrevivemos é dar um passo adiante.

Pegue pelo menos cinco minutos do seu dia e repare nos rostos nas multidões. Acredite ou não, cada um deles tem sua história, seus fracassos e suas vitórias; cada um já tentou esconder de si uma dor que não poderia suportar ou uma realidade que não queria enxergar.

Podemos ser únicos, mas não somos os únicos. Somos apenas uma partícula do que chamam vida e nossa história é apenas mais uma história entre tantas outras.

Sobrevivemos a todos os dissabores e isso é muito bom. Isso mostra que apesar da nossa fragilidade, somos fortes e interiormente queremos vencer.

Mas viveremos muito mais felizes e plenos de paz se aprendermos a olhar de frente nossos desenganos, se aprendermos que com eles aprendemos algo a mais da vida, se reconhecermos que não poderemos mudar a situação, mas que é possível torná-la menos amarga.

Eu sei que existem coisas quase insuportáveis de se olhar, lembrar ou reconhecer e que às vezes é mais fácil carregar a máscara do "tudo vai bem." Portanto, cada dia que passa é um dia a menos do tempo que nos foi ofertado e tornar esse dia melhor é um presente que podemos nos oferecer.

Digira suas emoções, pegue o melhor delas e o restante jogue fora. Não guarde nada que possa te fazer mal, senão tiver forças para isso, peça e receberá.

A história da sua vida daria um livro cheio de emoções e o final da história você pode ainda escolher. Ponha cores nos dias cinzentos, escolha as mais coloridas ou delicadas flores, coloque raios de sol e não se esqueça do arco-íris.

Se sua vida merece que sua história seja contada, que ela possa então servir de exemplo aos que te seguirão.

Letícia Thompson

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Por sugestão do meu filho, Márcio Lacerda, estou postando essa reportagem e ainda por sugestão dele, como voluntária da Rede Femenina de Combate ao Câncer, levarei ao conhecimento do Diretor da Ala Infantil do Hospital Laureano a fim de, servindo de exemplo, possa ser implantado esse mesmo serviço naquela Unidade.

Uma criança, um computador e um hospital

Crianças internadas nos Hospitais de Castelo Branco e Covilhã não querem «alta» devido a computadores
Por: Redacção / CLC

Crianças ao computadorAs unidades de pediatria dos Hospitais de Castelo Branco e da Covilhã passam a ter computadores multimédia com Internet de banda larga para as crianças internadas poderem comunicar com familiares, com a escola ou divertirem-se, noticia a Lusa.
No dia da estreia, uma criança confessou estar triste por deixar o hospital, outra quis regressar depois de ter «alta» e alguns pediatras já adivinham «dificuldades» acrescidas em dar «alta», dado o novo atractivo.

O serviço «Um Sorriso com as TIC [Tecnologias de Informação e Comunicação]» foi hoje lançado em ambas as unidades por Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, e passa assim a abranger 16 hospitais do Continente e ilhas.

Laurentino Dias referiu que o projecto «é para continuar, na justa medida em que há grande receptividade por parte dos hospitais e privados, dispostos para acompanharem [o Governo] no esforço financeiro».

«Vamos continuar até onde for possível», referiu. Até agora, o investimento total no projecto ascende a 400 mil euros, referiu o governante.

Nelson Filipe, de oito anos, é uma das seis crianças que está no serviço de pediatria do Hospital da Covilhã, prestes a ter «alta» depois de três dias de internamento devido a dores de garganta e febre.

«Agora está curado, mas está triste. Não quer sair, por causa do computador», explica a mãe, Ana Maria. Nelson até tem um em casa, mas com a ajuda de funcionários já instalou no hospital os contactos de crianças internadas noutras unidades, com as quais tem conversado.
«Aqui, estava a explicar quem eu era», refere, apontando para uma janela de texto e vídeo. «Depois costumamos conversar e já fiz pesquisas», explicou à Agência Lusa.

Fonte: IOL Diário

quarta-feira, 15 de julho de 2009

As Mães também tem sonhos.




Estou lendo um livro sobre questões de psicoterapia e da vida, e em um um dos Capítulos o autor encerra com a frase " As mães também tem sonhos".


E por incrivel que pareça, de vários relatos, o que mais me chamou a atenção , não foi cada história em si, mas aquela afirmação tão verdadeira.


Eu, enquanto mãe, também tenho meus sonhos. E quando se fala mãe está bem claro que são sonhos da mãe e não da mulher, da profissional, da filha, da esposa.
Os filhos parecem pensar que os sonhos de mãe, mesmo aqueles onde estão incluídos, não são os deles e não estão nem aí se serão ou não realizados. Não valem os sacrifícios, as preocupações, as renúncias, o empenho, as dificuldades, os obstáculos que a mãe enfrentou ou ainda enfrenta. Nada conta. O que conta mesmo é a vontade do filho que se acha muito sábio. Mas, como diz o Ditado Popular:" Sábio é aquele que acha que nada sabe"


Na verdade mós mães sentimos na pele não somente o fato dos filhos acharem que os seus sonhos pertencem apenas a eles e que não implica em um envolvimento materno. Desde o momento que a mãe descobre a concepção de um filho, ela já começam a sonhar ou melhor ter sonhos para esses filhos.
Para verem esses sonhos realizados não há medidas para o sacrifício. O que importa na verdade é o objetivo. Até morrer se for preciso.
Um filho para uma mãe é tudo. É o sentido da vida. É a certeza de sua contribuição para a realização de algo sublime, só possível a mulher.É servir de vaso para o desenvolvimento de uma vida, cercando-lhe de todos os cuidados necessários e carinho. Filho nenhum poderá compreender quais sejam os verdadeiros sentimentos de uma mãe. Se os compreendessem as amariam muito mais.
Na verdade não é desse reconhecimento que a mãe anda em busca. O que ela busca mesmo é ver seus filhos felizes e relizados, custe o que custar.
Filhos,permitam-nos sonhar e deixem Deus realizar!!!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Nessa Semana Lacerda quero homenagear o grande político Carlos Lacerda de quem meu pai, João Lacerda, tinha muito orgulho e admiração, com esse Texto tirado do www.memoriaviva.com.br

Os 90 anos do Corvo


BRASÍLIA - Polêmico. Este é o adjetivo mais utilizado e que geralmente acompanha o nome de Carlos Lacerda. E talvez a expressão “Não se fazem mais políticos como ele” seja a mais usada quando o assunto é o primeiro governador da Guanabara. Eloqüente, sagaz, intempestivo, passional, dono de uma oratória admirável, Lacerda foi o último dos grandes nomes da política brasileira capaz de inflamar paixões através de um discurso. O nariz aquilino, os olhos vivos e a voz que assustava os adversários – para ficarmos nas explicações mais leves – lhe valeram o apelido de “o Corvo”, dado por seus desafetos.

Nascido no dia 30 de abril de 1914, no Rio de Janeiro, Carlos Frederico Werneck de Lacerda estaria completando 90 anos se estivesse vivo. Jornalista, escritor, empresário e político – foi vereador, deputado federal, governador e candidato à Presidência da República –, além de ser um importante personagem durante três décadas de História brasileira, Lacerda ainda registrou o período com brios de colecionador.

O acervo de Lacerda foi doado à Universidade de Brasília – UnB em 1979 como parte do processo de compra de sua biblioteca, dois anos após a sua morte. São aproximadamente 60 mil itens que durante 20 anos ficaram guardados em caixas e foram utilizados apenas por pesquisadores que sabiam de sua existência. Somente a partir de dezembro de 1999, tendo como patrocinadora a Fundação 18 de Março – Fundamar, o material veio a público e se transformou no Arquivo Carlos Lacerda, que fica na Divisão de Coleções Especiais da Biblioteca Central da Universidade de Brasília.

Liliane Dutra, 19, estudante de Arquivologia e estagiária da Biblioteca Central, explica que todo o material é acessível ao público: 159.240 folhas de documentos textuais, 4.426 fotos, 266 slides, 86 discos de vinil e duas fitas de áudio. “Os documentos que nós temos aqui não existem nem no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. São documentos que ele guardou quando era governador, referentes à administração dele”. Perguntada se o público mais jovem sabe quem foi Carlos Lacerda, Liliane é categórica: “Não. Quando comecei a trabalhar aqui, eu também não conhecia. Eu conhecia Júlio Tavares, que é um dos pseudônimos que ele usou. As maiores referências são políticas. Quando fazemos visitas orientadas, falamos que ele foi governador da Guanabara, que foi candidato a presidente e esteve envolvido na morte de Getúlio. Aí as pessoas se interessam em saber mais”.

Para marcar a passagem dos 90 anos de nascimento do jornalista, o Arquivo organizou uma exposição que mostra fotos, livros, textos originais, recortes de jornais, curiosidades, cartas e homenagens recebidas por Lacerda.

“Ele era muito cuidadoso, guardava tudo”, conta Nora Magnólia, Chefe da Divisão de Coleções Especiais, “estudar Lacerda é estudar Brasil”, completa. Sobre a mostra dos 90 anos, ela diz que “a maioria do material desta exposição nunca foi mostrado”.

Manuscritos, diplomas e objetos de campanha são alguns dos atrativos. Livros inteiros de assinaturas de admiradores com homenagens que mostram a popularidade de Lacerda também estão lá. “No futuro poderão contar como lenda: Era uma vez um homem bom que se impôs aos seus contemporâneos pela intransigência na defesa dos princípios de Liberdade, Trabalho e Honradez, eleito primeiro Governador da Guanabara, trabalhou pela cidade tornando-a o símbolo da Cidade Maravilhosa. Mas este homem existe. É você Carlos Lacerda, que passará para a posteridade como Paladino da Democracia no Brasil”, está escrito na primeira página de um livro de homenagens.

Lacerda passou os últimos nove anos de sua vida com seus direitos políticos cassados pelo regime que ajudou a criar com o golpe de 64 e do qual viria a se tornar um dos principais opositores, formando a Frente Ampla com Juscelino Kubitschek e João Goulart. A exposição na UnB é uma oportunidade de conhecer um pouco a vida pessoal, política e intelectual do homem que também ficou conhecido como “o demolidor de presidentes”.

Fonte: www.memoriaviva.com.br

A Arte da Guerra
Antonio Carlos Rocha*

Apesar do título é um livro que fala de paz, que fala da vida, pois a vida, em certo sentido, podemos lê-la, como se fosse uma guerra. E neste livro compreendemos que os soldados são os nossos pensamentos. Uns contra, outros a favor, mas a soldadesca dos pensamentos está sempre aí, em nossa mente.

O autor, Sun Tzu, era um pensador, um filósofo, um civil, que viveu no século V AC, logo após a aparição de Buda neste mundo, que foi no século VI AC. O pensador inspirou-se na Lei da Impermanência que Sakyamuni tanto falava e escreveu os famosos treze capítulos de sua Arte da Guerra, a arte de vencer a si mesmo, pois o Buda ensinava que é mais fácil vencer um exército de mil guerreiros do que vencer a si mesmo.

O texto de Sun Tzu impressionou tanto o imperador chinês da época que o nomeou general de seu exército. Conta-se que, enquanto viveu, e só faleceu bem idoso, nenhum reino daquele tempo, conseguiu vencer as tropas de comandadas por Sun Tzu.

Uma ótima edição brasileira é a da Editora Record, 1983, adaptada pelo escritor e especialista em Extremo Oriente James Clavel. São 120 páginas com magníficas reflexões sobre a arte de viver.

Atualmente, muitos empresários utilizam A Arte da Guerra em cursos, simpósios e seminários de treinamento para executivos, para melhorar performances de produtos e dinamização de recursos humanos etc.

Vejamos alguns trechos:“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...”.

“Lutar e vencer em todas as batalhas não é a glória suprema; a glória suprema consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar”.“A arte da guerra é governada por cinco fatores constantes que devem ser levados em conta. São: a Lei Moral, o Céu; a Terra; o Chefe; o Método e a disciplina”.

“A arte da guerra é de importância vital para o estado. É uma questão de vida ou morte, um caminho tanto para a segurança como para a ruína. Assim, em nenhuma circunstância deve ser negligenciada”.

(*) Antonio Carlos Rocha é escritor.

Fonte: estudoliteraturas.blogspot.com
Trecho de A Arte da Guerra, de Sun Tzu

Capítulo VEstratégia do Confronto Direto e Indireto

"Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização."
Sun Tzu disse:
"Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização. Controlar muitos ou poucos é uma mesma e única coisa. É apenas uma questão de formação e sinalizações".
Lembre-se dos nomes de todos os oficiais e subalternos. Inscreva-os num catálogo, anotando-lhes o talento e suas capacidades individuais, a fim de aproveitar o potencial de cada um. Quando surgir oportunidade aja de tal forma que todos os que deves comandar estejam persuadidos que seu principal cuidado é preservá-los de toda desgraça.
As tropas que farás avançar contra o inimigo devem ser como pedras atiradas em ovos. De ti até o inimigo, não deve haver outra diferença senão a do forte ao fraco, do cheio ao vazio. São as operações chamadas "diretas" e "indiretas" que tornam um exército capaz de deter o ataque das forças inimigas e não ser derrotado.
Em batalha, use geralmente operações "diretas" para fazer o inimigo engajar-se na luta e as operações "indiretas" para conquistar a vitória.
Em poucas palavras, o que consiste a habilidade e a perfeição do comando das tropas é o conhecimento das luzes e das trevas, do aparente e o secreto. É nesse conhecimento hábil que habita toda a arte. Assim, o perito ao executar o ataque "indireto" assemelha-se ao céu e as terras, cujos movimentos nunca são aleatórios, são como os rios e mares inexauríveis. Assemelham-se ao sol e à lua, eles tem tempo para aparecer e tempo para desaparecer. Como as quatro estações, ele passa, mas apenas para voltar outra vez.
Não há mais que cinco notas fundamentais, mas, combinadas, produzem mais sons do que é possível ouvir; não há mais que cinco cores primárias, mas, combinadas, produzem mais sombras e matizes do que é possível ver; não há mais que cinco sabores, mas, combinados, produzem mais gostos do que é possível saborear.
Da mesma forma, para ganhar vantagem estratégica na batalha, não há mais que as operações "diretas" e "indiretas", mas suas combinações são ilimitadas dando origem a uma infindável série de manobras. Essas forças interagem, um método sempre conduz ao outro. Assemelham-se, na prática, a uma cadeia de operações interligadas, como anéis múltiplos, ou como a roda em movimento, que não se sabe onde começa e onde termina.
Na arte militar, cada operação tem partes que exigem a luz do dia, e outras que pedem as trevas do segredo. Não posso determiná-las de antemão. Só as circunstâncias podem ditá-las. Opomos grandes blocos de pedra às corredeiras que queremos represar, empregamos redes frágeis e miúdas para capturar pequenos pássaros, entretanto, o caudal rompe algumas vezes seus diques após tê-los minado aos poucos.
Quando uma ave de rapina se abate sobre sua vítima, partindo-a em pedaços, isso se deve à escolha do momento preciso. A qualidade da decisão é como a calculada arremetida de um falcão, que lhe possibilita atacar e destruir sua vítima. Portanto, o bom combatente deve ser brutal no ataque e rápido na decisão.
Embaralhada e turbulenta, a luta parece caótica. No tumulto de um combate pode parecer haver confusão, mas não é bem assim, entre a confusão e o caos uma formação de tropas pode parecer perdida e mesmo assim impenetrável, sua disposição é na verdade circular e não podem ser derrotadas. A confusão simulada requer uma disciplina perfeita, afinal, o caos estimulado se origina do controle, o medo fingido exige coragem, a fraqueza aparente se origina da força. Ordem e desordem é uma questão de número, de logística; coragem e medo é uma questão de configuração estratégica do poder, vantagem estratégica; força e fraqueza é uma questão de disposição das forças, posição estratégica.
O sábio comandante possui verdadeiramente a arte de liderar aqueles que souberam e sabem potencializar sua força, que adquiriram uma autoridade ilimitada, que não se deixam abater por nenhum acontecimento, por mais desagradável que seja. Aqueles que nunca agem com precipitação, que se conduzem, mesmo quando surpreendidos com o sangue-frio, que tem habitualmente nas ações meditadas e nos casos previstos antecipadamente. Aqueles que agem sempre com rapidez, fruto da habilidade, aliada a uma longa experiência. Assim, o ímpeto de quem é hábil na arte da guerra é irrefreável e seu ataque é regulado com precisão.
O primeiro imperador Han (256-195 a.C.), desejando esmagar seu oponente Hsiung-nu, enviou espiões para conhecer sua condição. Mas este, sabedor do fato, ocultou com cuidado todos os soldados fortes e todos os cavalos bem alimentados, deixando apenas homens doentes e gado magro à vista. O resultado foi que os espiões, por unanimidade, recomendaram ao imperador que atacasse.

Fonte: veja.abril.com.br

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Com muito orgulho, quero postar uma Homenagem feita ao Dr. Tarcisio Burity pelo meu filho Márcio Lacerda de Araújo:



Aproveito essa data, quando completa-se seis anos da passagem do ex-Governador Tarcísio Burity, para homenageá-lo. Dr. Tarcísio, pode ter certeza que seu nome sempre será lembrado pelas pessoas de bem da Paraíba. Seu nome já é um capítulo da história de nosso Estado.

Governador por dois mandatos não consecutivos, seguramente pode-se afirmar que foi o Mandatário do Estado que possuía um nível intelectual e cultural que dissoava dentre todos os outros que exerceram igual cargo, sem embargo de tantos outros ilustres paraibanos que ocuparam a cadeira máxima, como José Américo de Almeida.

Em suas passagens pelo governo realizou obras, políticas públicas e outras ações que orgulharam o povo paraibano. Certo é também que tempestades administrativas foram ocasionadas por motivação política de setores atrasados do estado, que não se adaptaram ao modo de governar de um titular que antevia as coisas.

Ou será que a Costa do Sol, idealizada há tanto tempo atrás, não continua atualíssima como uma promessa de desenvolvimento para a Paraíba? E por que esse projeto até hoje não foi concluído? Interesses... Se quiserem minha opinião, tenho um projeto jurídico e administrativo para enfim concretizar essa obra que foi um grande sonho do Governador Burity e que pode ser o nosso grande motor de desenvolvimento do Estado, que até hoje não para de ser ultrapassado por outros estados então mais pobres.

Tarcício Burity foi, antes de tudo, um homem dos livros, da música erudita, da Filosofia, do Direito, do magistério. Foi pai e esposo exemplar, e um cidadão ciente de suas obrigações. Sua biografia, segundo a Wikipedia, informa que:

"Até a graduação em Direito, na Universidade Federal da Paraíba, sua formação educacional se deu em João Pessoa. Fez mestrado em Sociologia da Educação na Universidade de Poitiers, na França, e doutorou-se em Ciências Políticas no Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais de Genebra. Antes de entrar na política, foi Promotor de Justiça no município de Araruna, e depois, Professor da UFPB, onde lecionou as seguintes disciplinas: Filosofia do Direito, História da Educação, Direito Internacional Público, Filosofia Antiga, Introdução à Ciência do Direito e Sociologia da Educação. Na universidade, também exerceu funções administrativas, como a de Chefe de Gabinete da Reitoria e Diretor da Faculdade de Direito".

Suas idéias, como disse, estavam à frente do seu tempo e podemos provar por meio das suas inúmeras obras, que até hoje nunca superadas por outros administradores.

Vamos relacionar - apenas - algumas das mais importantes idéias, ações e políticas públicas realizadas por Dr. Tarcísio:

Espaço Cultural - uma superestrutura de aço e concreto, com teatro, cinema, biblioteca, planetário, museu, galeria de arte, escola de música e praça do povo;

Mercado de Artesanato da Paraíba;

Centro Turístico de Tambaú;

Via Litorânea de Intermares;

Fundação Casa José Américo de Almeida e valorização da Orquestra Sinfônica da Paraíba - cultura;

Viaduto sobre o rio Sanhauá desativando a velha ponte;

Prédio anexo do Tribunal de Justiça;

Prédio do Paraiban na Epitácio Pessoa – hoje usado por diversos órgãos do Governo do Estado da Paraíba;

Costa do Sol – 16Km de asfalto em pista dupla. Energização e iluminação, bem como o plano diretor do Pólo Turístico;

Novo Terminal Rodoviário de João Pessoa - infraestrutura;

Hemocentro de João Pessoa - saúde;

Manzuá - segurança;

Setusa - transporte público;

Reservatório Gramame-Mamuaba - Construção da barragem Gramame-Mamuaba e adutora de 43Km de água potável. Permite o abastecimento de João Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita;

Pavimentação de quase 600Km de estradas;
36 mil casas populares - bairros mais populosos, a partir de conjuntos habitacionais, como o que levou seu nome, mas ficou conhecido como Mangabeira;

Maiores informações: http://www.tarcisioburity.com.br/index2.htm
Márcio Lacerda de Araújo
--Postado por Márcio Lacerda de Araújo no Blog do Magrello em 7/09/2009 10:59:00 AM
Faz exatos treze anos do falecimento do meu pai e para homenageá-lo venho postar um Texto que escrevi logo após a sua morte com intensão de publicá-lo num Jornal, mas não o fiz:


RÉQUIEM A UM PAI MUITO QUERIDO
João de Oliveira Lacerda
(DÃO)


Papai, hoje eu não posso mais te beijar, mas posso te dizer, e se pudesse gritaria para o mundo inteiro ouvir, OBRIGADA PAPAI!!

Obrigada por tudo que fizeste por mim.

Pelas vezes que te levantaste no meio da noite e ias até meu quarto, com o teu amor de pai e zelo, que bem poucos o possuem com tanta intensidade , me cobrir e me abrigar do frio;

Pelo carinho expresso com gestos, palavras e atitudes. Não o fazias com beijos nem abraços, mas o fazias com o coração, que só falava a linguagem da verdade, assim com tu, pois nunca mentiste;

Pelo prazer que tinhas em se deslocar de Patos até Recife (em estrada de Barro) para comprar o que havia de novidade em tecido, para fazer as nossas roupas para a Festa da Padroeira (Festa da Guia, como chamavas). Me vestias com as melhores roupas e para cada noite era um vestido, cujos modelos eram belos e escolhidos pela minha amável e insquecível mãezinha, cujo bom gosto era indescutível e costurados, no capricho, pelas primas Remilda e Fana.

De quebra tinha a nossa querida Maria que me dava banho e ajudava mamãe a me arrumar, para que eu parecesse uma boneca, com aqueles vestidos rodados tendo por baixo um pau de arara cheio de goma e nos cabelos laços de fita combinando com o vestido.

E os sapatos? Ah!!! Eram comprados na "EXPOSIÇÃO" e tinha que ser do Rio Grande do Sul, o que havia de melhor.

Aos quinze anos, me lembro como se fosse hoje, fomos a Campina Grande comprar um relógio de ouro, e andamos tudo que foi Relojoaria e compramos na "Sta. Sofia" , pois eu era muito exigente e tinha muita dificuldade em me decidir, mas foste tão paciente, era uma das tuas qualidades.

De volta a Patos, fomos na "Safira Branca" ,de Hardmam Cavalcante, e lá compramos um colar de cristal de três voltas, que estava na moda, e ainda hoje guardo como lembrança. Com ele eu tirei a minha fotografia dos 15 anos, no "Foto de Seu Sebastião", porque era um costume na época.

Muito obrigada especialmente pela formação moral e religiosa que me deste.

Pelas missas que me obrigavas a assistir todo domingo, as vezes que me impuseste, como obrigação, comungar toda primeira sexta feira do mes e na véspera enfrentava uma fila emorme para a confissão, cujos pecados eram sempre: respondi a minha mãe, (pois a ti jamais ousara, pelo grande respeito que sempre impuseste), tive preguiça, menti. Meu Deus!!! Quanta ingenuidade!!!

Os jejuns e os rituais da Semana Santa, tais como a Via Sacra e procissões;

O mês de maio na Igreja da Conceição, eu ia todas as noites. Me lembro até de uma vez que decorei o Altar com tecidos de seda e tule, formando pregas com alfinetes e colocando um ramo de com umas flores. Achei o máximo!!!;

Pelos terços que tinhamos que rezar toda noite, mesmo morrendo de sono, mas sem reclamar;

Pelas leituras Bíblicas diárias que fazias durante uma hora e eu era obrigada a ouvir, e eu tinha tanta raiva, pois o que eu queria mesmo era brincar com minhas irmãs e amigas.

Pelos conselhos que me davas. Tinhas esse Dom. Muitas vezes me acordavas as 5:00 h da manhã e sentavas no pé da minha cama, para debulhá-los. Tantos eu ouvi e poucos eu segui. Como me arrependo disso!!!

Tudo isso Papai foi o caminho que me mostraste. As sementes que plantaste , com a tua mão de bom semeador, as fizeste cair em solo fértil e hoje estão dando os seus frutos, porque fizeste como recomenda Provérbios 22:6 "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele".

Pai amado, viveste tua vida pregando a paz. Agora DESCANSA EM PAZ!!!

Tua filha ZETINHA


OBS:
Hoje sou Cristã Evangélica e meus Valores em relação a alguns Rituais da Igreja Católica mudaram, mais Jesus foi e sempre será o mesmo ontem, hoje e sempre e, independente de tudo, creio que o meu Papai está na Glória com Jesus, que sempre foi para ele, seu Senhor e Salvador.



terça-feira, 7 de julho de 2009

Frase do Ano (Eça de Qeuiróz)


"OS POLÍTICOS E AS FRALDAS DEVEM SER TROCADOS FREQUENTEMENTE E PELA MESMA RAZÃO" .

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Deu em O Estado de S.Paulo

Sarney oculta da Justiça Eleitoral casa de R$ 4 milhões
De Rodrigo Rangel, Leandro Colon e Rosa Costa


O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ocultou da Justiça Eleitoral a propriedade da casa avaliada em R$ 4 milhões onde mora, na Península dos Ministros, área mais nobre do Lago Sul de Brasília.

De acordo com documentos de cartório, o parlamentar comprou a casa do banqueiro Joseph Safra em 1997 por meio de um contrato de gaveta.
Em nenhuma das duas eleições disputadas por ele depois da compra - 1998 e 2006 - o imóvel foi incluído nas declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral.

Sobre a ausência da casa nas declarações registradas na Justiça Eleitoral, a assessoria de Sarney informou ao Estado, por escrito, que ocorreu um "erro do técnico que providencia a documentação do presidente Sarney junto aos órgãos competentes".

Afirmou ainda que o imóvel consta das "declarações anuais de Imposto de Renda do presidente, entregues também ao TCU com frequência anual".

Dois documentos do próprio senador, arquivados no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), deixam dúvidas sobre a declaração da casa à Receita Federal.

Num dos documentos, apresentado na campanha de 2006, Sarney listou seus bens, mas sem nenhuma referência à casa de R$ 4 milhões em Brasília.

Ao final, ele escreveu de próprio punho que aquela lista de bens declarados à Justiça Eleitoral é a reprodução fiel de sua declaração à Receita. "De acordo com minha declaração de bens à Receita Federal em 2006", registrou o presidente do Senado no rodapé, que leva sua assinatura.

O outro documento é da campanha anterior, a de 1998. Na ocasião, Sarney juntou ao registro de candidatura uma cópia da sua declaração de IR apresentada à Receita naquele ano.

O imóvel avaliado em R$ 4 milhões ficou de fora. Por ter sido comprado em 1997, o imóvel deveria constar da declaração de renda apresentada em 1998, ano-base 1997.

Por lei, as declarações de Imposto de Renda de qualquer cidadão são protegidas por sigilo fiscal. Por ser parlamentar e receber dinheiro público, Sarney envia cópia ao Tribunal de Contas da União (TCU), que também mantém esses dados em segredo.

O único meio de o eleitor conhecer o patrimônio de um candidato é a declaração apresentada à Justiça Eleitoral. É quando essas informações se tornam públicas - e, ao divulgá-las, Sarney deixou a casa de fora.
O advogado Alberto Rollo, especialista em direito eleitoral, falou em tese sobre o assunto. Segundo ele, a omissão de um bem à Justiça Eleitoral pode ser interpretada como "fraude".

Sem analisar especificamente o caso de Sarney, o diretor executivo do portal Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, também condenou a prática. "Quem omite bens mente ao eleitor."

O valor da casa de Sarney em Brasília destoa dos demais imóveis que o senador declarou ao TRE. O imóvel mais caro listado por ele é um terreno em Santo Amaro, município da região dos Lençóis Maranhenses, no valor de R$ 60 mil.

Sarney comprou a casa de Brasília em 1997, do banqueiro Joseph Yacoub Safra, dono do Banco Safra. O negócio foi fechado por meio de um "instrumento particular de promessa de venda e compra, não levado a registro".

O valor de R$ 400 mil, segundo o banco, Sarney quitou logo no ano seguinte, em 1998. A transferência do imóvel, porém, se deu apenas em 2008, dez anos depois, quando a escritura foi lavrada e registrada no cartório de imóveis.

À pergunta sobre a demora em transferir a casa, o Banco Safra respondeu ao Estado: "Desconhecemos." Por meio dos assessores, Sarney avisou que não responderia sobre a razão de ter levado dez anos para registrar o imóvel no Lago Sul em seu nome.

Na escritura registrada ano passado, Safra, como pessoa física, repassa formalmente a propriedade da casa a Sarney e ao filho dele, o deputado Zequinha Sarney (PV-MA). Pelo documento, Sarney e Zequinha passaram a ter, cada um, 50% dos direitos sobre o imóvel.

Ao contrário do pai, o deputado incluiu em suas declarações de bens o direito à metade da casa na Península dos Ministros, onde o metro quadrado chega a custar R$ 3 mil.

Em valores atuais, nenhuma casa onde está a de Sarney valeria menos de R$ 4 milhões, de acordo com consultores da Câmara de Valores Imobiliários de Brasília.

Se considerados os valores de 1997, quando ocorreu a transação, a avaliação da casa feita pelo governo de Brasília para fins de cobrança de IPTU, o imposto sobre imóveis urbanos, já era de R$ 593,6 mil. O valor de mercado, normalmente, é superior ao da avaliação oficial.

O primeiro registro do imóvel em cartório, de 1979, descreve o projeto original: um salão, sala de jantar, quatro quartos, três banheiros, copa, cozinha, despensa, quarto de empregada e dois jardins. Há ainda um subsolo, com um quarto, quatro depósitos, dois vestiários e um banheiro. São 694 metros quadrados de área construída. Na área de lazer, hoje há uma piscina.

A casa fica a 150 metros da margem do Lago Paranoá e na mesma quadra da residência oficial da presidência do Senado. Safra havia comprado o imóvel em 1992.

Fonte: Blog do Noblat