quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Neuroterapia - Técnica baseada em exercícios mentais pode fazer cérebro rejuvenescer até 10 anos

Quando se fala em exercício, quem foi que disse que eles se aplicam somente aos músculos do nosso corpo? Hoje em dia, já é possível exercitar a mente também. O cérebro é uma complicada rede de neurônios que atuam em todas as funções que desempenhamos durante a nossa vida, mas, com a idade, sua capacidade de reposta diminui. Para retardar esse processo, existe uma técnica chamada de neuroterapia, que garante a melhoria das funções cerebrais e, consequentemente, tem a capacidade de rejuvenescer o cérebro em até dez anos e evitar diversos tipos de demências, inclusive o Alzheimer.

A idade traz diversas alterações fisiológicas, que atingem inclusive o cérebro. De acordo com o neurocientista e professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rogerio Panizzutti, "com a idade, ocorre uma lentificação dos processos cerebrais, o que pode interferir, por exemplo, no tempo de reação para desviar de um obstáculo ao dirigirmos um carro. Observamos, entre outras coisas, uma lentificação do processamento dos sons pelo cérebro, além de uma dificuldade para entender os sons em situações difíceis, como em um local barulhento. Embora os neurônios 'mortos' não possam mais 'ressuscitar', estudos têm mostrado que podem surgir novos neurônios no cérebro ou que os existentes possam ainda assumir novas características, mesmo após atingirmos a idade adulta".

Para que os neurônios possam assumir novas funções eles precisam de estímulos. "A neuroterapia cognitiva utiliza exercícios cientificamente desenhados para melhorar a função cerebral. Estes exercícios se utilizam da grande capacidade que o nosso cérebro tem de se modificar, a neuroplasticidade. As últimas décadas de intensos estudos sobre neuroplasticidade permitiram entendermos melhor como isto funciona e como pode ser utilizado para ajudar as pessoas que têm algum declínio da função cerebral, inclusive o declínio relacionado ao envelhecimento. Por outro lado, apesar de não termos evidências conclusivas sobre isso, achamos que a partir dos 45 anos de idade já seria benéfico iniciar a neuroterapia, embora isso obviamente varie de acordo com as características de cada pessoa", afirma Rogerio.

Hoje em dia, já existem diversos cursos espalhados pelo Brasil de treinamento cerebral. Eles estimulam o cérebro através de diversos tipos de desafios da neuroterapia cognitiva. Rogerio diz que "estudos mostram que pessoas com mais de 65 anos que fizeram a neuroterapia observaram que a sua qualidade de vida diária melhorou e foram menos afetados por problemas graves de saúde. Alem disso, eles tiveram redução nos gastos com médicos e medicamentos e menos declínio nas habilidades para executar tarefas da vida diária. A neuroterapia cognitiva melhora a velocidade de processamento e a capacidade de memória e também pode ajudar as pessoas a ficarem mais saudáveis e independentes por longos períodos de tempo. Pessoas com mais de 65 anos que fizeram a neuroterapia conseguiram ficar com a capacidade cerebral que tinham há dez anos. Importante: os benefícios permaneceram mesmo cinco anos após a interrupção da terapia".

Estimular o cérebro é importante e é uma atividade que pode ser feita diariamente. No entanto, as opiniões sobre que atividades são essas divergem um pouco. De acordo com a gestora de um curso especializado em neuroterapia Bianca Ferreira, "o nosso cérebro é preguiçoso e ao mesmo tempo gosta de novidade, variedade e desafios. Por isso estimular o cérebro nos pequenos detalhes do nosso dia-a-dia, como trocar o relógio de punho, surte um bom efeito". No entanto, a opinião de Rogerio é de que "estudos têm mostrado que atividades como a leitura e os exercícios físicos têm um efeito benéfico sobre o funcionamento do cérebro. Outra boa maneira de mantermos o nosso cérebro em boa forma é protegê-lo de agressores como a pressão alta, colesterol alto, diabetes, depressão e sedentarismo".

Veja abaixo uma lista com dez dicas preparadas por Bianca Ferreira que podem ajudá-lo a estimular o seu cérebro no dia-a-dia. Não esquecendo, também, de seguir as orientações de Rogerio e cuidar muito bem da saúde:

1. Tomar banho com os olhos fechados ou com a luz apagada
2. Fazer tarefas com a mão que você usa menos
3. Quando for para o trabalho, variar o trajeto
4. Andar de costas ou para os lados
5. Mudar os objetos de lugar na mesa de trabalho
6. Tentar descobrir os ingredientes do prato que está comendo
7. Usar cômodos diferentes para fazer as refeições em casa
8. Quando ler uma palavra, pensar em outras cinco que comecem com a mesma letra
9. Ler no dicionário uma palavra nova a cada dia e tentar usá-la nas conversas
10. Memorizar a lista de compras do supermercado.

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FONTE: www.apsef.org.br

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